Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022 o número de estelionato eletrônico (por celular ou internet) aumentou em 65,1%
Hoje em dia, todo mundo conhece alguém que já sofreu um golpe por meios eletrônicos, não é mesmo? Essa sensação de insegurança é comprovada pelos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022. Segundo o relatório, no ano passado, o número de pessoas que sofreram golpes pela internet aumentou em 65,1%. Ou seja, a cada 100 mil habitantes, quase 190 pessoas sofreram estelionato eletrônico. Esse número é maior em determinados estados brasileiros.
E os bandidos não poupam a criatividade para aplicar os golpes. Eles fraudam o número de celular e pedem dinheiro em nome de familiares, sequestram as redes sociais das vítimas e vendem falsos produtos, e até usam o nome de pessoas conhecidas para oferecer propostas tentadoras de falsos ganhos financeiros.
Mas quais medidas podem ser tomadas para evitar golpes por meios eletrônicos? A advogada especializada em Direito do Consumidor, Katlyn Nicioli Vaz de Lima Rossi, do Sutti Advogados Associados, nos ajuda nessa questão:
O que fazer para evitar um golpe por celular ou internet (meios eletrônicos)?
Jamais transfira qualquer valor para qualquer pessoa sem ter certeza de quem ela é. Ainda mais se suspeitar de golpe. Procure falar com a pessoa por outro contato, seja filho, marido, irmão, etc – o mesmo vale para empresas. Mesmo que a pessoa demore a atender o telefone, não se desespere. Não faça depósito algum sem ter certeza de que está falando com a pessoa certa.
Importante lembrar que são variadas as formas do golpe acontecer, mas, na maior parte, o golpista aproveita a fragilidade e o medo da vítima para conseguir extrair informações que possam ser reutilizadas e fazer parecer que é real o parentesco ou a proposta tentadora.
No caso de golpe pelo celular, desligue o telefone ou bloqueie o WhatsApp. Ligue para a pessoa que o golpista fingiu ser. No caso de uma empresa ou de um profissional que já teve contato, busque confirmar as informações antes de fazer qualquer tipo de depósito bancário, pagamento de boleto ou pix.
O que fazer quando já sofreu um golpe?
A advogada Katlyn explica que, nesse caso, é necessário fazer boletim de ocorrência e, havendo falha operacional na segurança dos bancos, é cabível ação judicial para restituir o dinheiro perdido, além de indenização, visto que é de responsabilidade das entidades financeiras proteger seus clientes. Procure um advogado especializado para garantir seus direitos.
Porém, quando a pessoa faz a transferência bancária ou pix de livre espontânea vontade, sem o mínimo zelo, fica mais difícil se comprovar falha operacional dos bancos. Por isso, é fundamental sempre checar as informações mais de uma vez, se possível pessoalmente (em caso de bandidos se passarem por empresas ou escritórios), antes de fazer a transferência.
“Não faça pix, não entregue cartões ou seus dados para estranhos, cheque mais de uma vez as informações antes de transferir valores”, ressalta mais uma vez a advogada.